Prestes: Lutas e Autocríticas

Prestes: Lutas e Autocríticas

Prestes: Lutas e Autocríticas

  • EditoraMAUAD X
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Este é o livro para o qual Prestes deu o seu melhor depoimento! Fiz questão de não amolar com questionamentos sobre o que pretendiam fazer aqueles dois garotos, que certa manhã apareceram para bater papo com meu marido. Esta era minha prática desde que voltamos, após nove anos de exílio em Moscou, no final de 1979. Sabia que no meio destes encontros o Velho também tirava dos interlocutores informações sobre a atualidade - material imprescindível para entender o Brasil que nos foi negado pelo golpe militar de 1964. Muitos colaboradores, sinceros companheiros, faziam o contrário. Filtravam informações sobre aqueles que buscavam contato, analisavam as pergunta que iriam ser feitas e até cronometravam o tempo que Prestes tinha disponível. Isso afastou dele uma imensidão de gente. Após os primeiros encontros com Dênis de Moraes e Francisco Viana, o Velho disse: "Para essa juventude, eu sou como uma personagem de história da carochinha". Não era irritação ou uma crítica negativa. Significava que ele estava se divertindo em revisitar acontecimentos sem nenhum preconceito ideológico ou afetivo. Também não existiam cobranças por parte dos jornalistas. Foi isto que, ao meu ver, possibilitou o surgimento deste depoimento, que é um dos seus melhores registros gravados e publicados em forma de livro. Até hoje amigos lamentam Luiz Carlos Prestes não ter escrito memórias. Dizem que se ele, de próprio punho, transmitisse a visão que tinha de seu tempo muitos mistérios seriam desvendados. Que ingenuidade! Ele jamais poderia abrir informações confidenciais sobre os compromissos para com os companheiros soviéticos ou chineses, cubanos ou nicaragüenses, franceses ou italianos, angolanos ou moçambicanos, e muitos outros que com heroísmo dedicaram anos de luta contra o imperialismo americano. Sua reserva garantia aos seguidores do Partido Comunista Brasileiro o silêncio sobre questões internas e pessoais que, evidentemente, influenciaram os rumos da revolução brasileira. Os jornalistas Dênis de Moraes e Francisco Viana conquistaram Prestes pela disciplina. Chegavam sempre na hora marcada e trabalhavam sem interrupção. Lembro que somente uma vez os dois tiveram que aguardar meia hora para entrar no nosso apartamento na Gávea. O Velho recebera uma visita inesperada. Nesta ocasião eles me pediram para contar sobre como tinha conhecido Prestes e falar um pouco sobre os nossos dez filhos e netos. Aqueles que se imaginavam donos do Velho levaram um susto quando o livro foi lançado. Afirmavam que o texto não tinha uma dimensão científica e que seus autores, "por não serem marxistas", não ofereceram uma interpretação razoável sobre o significado da Coluna Prestes, do Levante Armado de 1935(a Intentona Comunista) ou da luta contra o golpe militar de 1964. Particularmente, fiquei feliz porque meu marido ficou feliz. Através deste livro, ele ampliou o contato com os seus admiradores a linguagem coloquial facilitou o entendimento de passagens polêmicas , como também incentivou o resgate de sua popularidade. Nunca ouvi os jornalistas Dênis de Moraes e Francisco Viana reclamarem de Prestes não se dedicar em escrever sua autobiografia. Quem sabe eles sentiram na pele o quanto o Velho era um homem de ação, o quanto ele gostava de tocar para a frente a luta pela revolução socialista. Por outro lado, se ele se metesse a escrever sobre sua trajetória, de repente não sobraria tempo para conviver com aqueles garotos que apareciam para conversar.

Características
Autor Dênis de Moraes, Francisco Viana
Biografia Este é o livro para o qual Prestes deu o seu melhor depoimento! Fiz questão de não amolar com questionamentos sobre o que pretendiam fazer aqueles dois garotos, que certa manhã apareceram para bater papo com meu marido. Esta era minha prática desde que voltamos, após nove anos de exílio em Moscou, no final de 1979. Sabia que no meio destes encontros o Velho também tirava dos interlocutores informações sobre a atualidade - material imprescindível para entender o Brasil que nos foi negado pelo golpe militar de 1964. Muitos colaboradores, sinceros companheiros, faziam o contrário. Filtravam informações sobre aqueles que buscavam contato, analisavam as pergunta que iriam ser feitas e até cronometravam o tempo que Prestes tinha disponível. Isso afastou dele uma imensidão de gente. Após os primeiros encontros com Dênis de Moraes e Francisco Viana, o Velho disse: "Para essa juventude, eu sou como uma personagem de história da carochinha". Não era irritação ou uma crítica negativa. Significava que ele estava se divertindo em revisitar acontecimentos sem nenhum preconceito ideológico ou afetivo. Também não existiam cobranças por parte dos jornalistas. Foi isto que, ao meu ver, possibilitou o surgimento deste depoimento, que é um dos seus melhores registros gravados e publicados em forma de livro. Até hoje amigos lamentam Luiz Carlos Prestes não ter escrito memórias. Dizem que se ele, de próprio punho, transmitisse a visão que tinha de seu tempo muitos mistérios seriam desvendados. Que ingenuidade! Ele jamais poderia abrir informações confidenciais sobre os compromissos para com os companheiros soviéticos ou chineses, cubanos ou nicaragüenses, franceses ou italianos, angolanos ou moçambicanos, e muitos outros que com heroísmo dedicaram anos de luta contra o imperialismo americano. Sua reserva garantia aos seguidores do Partido Comunista Brasileiro o silêncio sobre questões internas e pessoais que, evidentemente, influenciaram os rumos da revolução brasileira. Os jornalistas Dênis de Moraes e Francisco Viana conquistaram Prestes pela disciplina. Chegavam sempre na hora marcada e trabalhavam sem interrupção. Lembro que somente uma vez os dois tiveram que aguardar meia hora para entrar no nosso apartamento na Gávea. O Velho recebera uma visita inesperada. Nesta ocasião eles me pediram para contar sobre como tinha conhecido Prestes e falar um pouco sobre os nossos dez filhos e netos. Aqueles que se imaginavam donos do Velho levaram um susto quando o livro foi lançado. Afirmavam que o texto não tinha uma dimensão científica e que seus autores, "por não serem marxistas", não ofereceram uma interpretação razoável sobre o significado da Coluna Prestes, do Levante Armado de 1935(a Intentona Comunista) ou da luta contra o golpe militar de 1964. Particularmente, fiquei feliz porque meu marido ficou feliz. Através deste livro, ele ampliou o contato com os seus admiradores a linguagem coloquial facilitou o entendimento de passagens polêmicas , como também incentivou o resgate de sua popularidade. Nunca ouvi os jornalistas Dênis de Moraes e Francisco Viana reclamarem de Prestes não se dedicar em escrever sua autobiografia. Quem sabe eles sentiram na pele o quanto o Velho era um homem de ação, o quanto ele gostava de tocar para a frente a luta pela revolução socialista. Por outro lado, se ele se metesse a escrever sobre sua trajetória, de repente não sobraria tempo para conviver com aqueles garotos que apareciam para conversar.

Comprimento 23
Editora MAUAD X
ISBN 9788585756505
Largura 16
Páginas 292

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